Pensamentos, emoções e felicidade

A vida de todos nós, é orientada pela procura constante de uma emoção chamada Felicidade e pela fuga a emoções que nos são desagradáveis. Designamos como fugir da dor em busca do prazer, sendo que "dor/prazer, não se trata apenas de dor/prazeres físicos, mas também em termos da proximidade/afastamento em relação aquilo que nós valorizamos na nossa vida, os nossos valores" (1), entendendo-se como valores o farol que guia e orienta o caminho de cada um de nós, o que nos dá a noção se as nossas ações são as corretas ou não.
Segundo o neurologista Antonio Damásio, reconhecido internacionalmente e que se tem debruçado, entre outros assuntos, sobre as emoções humanas, refere que a “emoção humana pode até ser desencadeada pela música barata ou pelo cinema de má qualidade” (2), defendendo ”que a emoção faz parte integrante dos processos de raciocínio e tomada de decisão, para o melhor e para o pior” (3). Pelo exposto, parece-me lícito concluir que as emoções afetam negativa ou positivamente a nossa qualidade de vida, daí o interesse em aprofundar um pouco mais o assunto.
Ou seja, parece haver uma relação direta entre os pensamentos e as emoções produzidas em virtude destes.
Você, que decidiu investir uma parte do seu tempo a ler este artigo, provavelmente quer saber um pouco mais sobre como gerir os seus pensamentos. Reflita:
- quantas vezes já lhe aconteceu estar tranquilo, em serenidade e de repente, só porque teve um pensamento ….tudo se alterou, as suas emoções passaram a ser outras!
Mas, o que é afinal a emoção? Augusto Cury (4) afirma tratar-se de um campo de energia em constante estado de transformação, em que alternamos continuamente as emoções, passando da alegria para a ansiedade, do prazer para a irritabilidade. Que emoções predominaram hoje em você? Alegria? Tristeza? Medo? Imagino, que esteja pensando que o ideal seria termos sempre e apenas emoções que nos dêem prazer. Ainda segundo o mesmo autor, tal não é possível mas será tanto mais benéfico para si, quanto mais existirem, sentimentos de serenidade e de bem-estar. Corrobora desta ideia, o Dr. Tal Ben-Shahar, (5) em que refere que o prazer deve ser a regra e a dor a excecção. Para sermos felizes, temos de sentir que apesar de todas as situações menos agradáveis, por nós vivenciadas, apesar de termos sentido dor, ainda assim sintamos alegria e prazer em estar vivos.
Será que apenas o experimentar emoções agradáveis é suficiente para que nos sintamos felizes? Segundo o autor acima referido, a resposta é negativa, dado que, ainda nos falta um propósito que nos faça sentido. Quantas pessoas você conhece que parece que possuem tudo para serem felizes, mas ainda assim não o são?
Provavelmente falta-lhes uma causa, que devem estar alinhados com os nossos valores e as nossas paixões, com aquilo que verdadeiramente nos faz mover.
Aceite uma sugestão: faça uma lista de tudo o que lhe dá prazer fazer. Agora, analise a lista e coloque em primeiro lugar as coisas que possuem verdadeiramente significado para si. Aquelas, que se as realizasse fariam a diferença na sua vida. Comece por realizar a primeira ….a segunda…e por aí adiante! Se não for agora, quando será?
Ajuste as suas decisões, não em função daquilo que os outros dizem ou pensam que é melhor para si, mas em função dos seus valores. Você é um ser único e acredite em mim: Viver é uma aventura constante e saber viver é uma arte que deve ser refinada por si, a cada momento.
Ao escrever estas palavras, lembrei-me do que Augusto Cury, escreveu num dos seus livros” Quando as lágrimas que nunca teve coragem de chorar escorrerem silenciosamente pela sua face e sentir que não tem mais forças para continuar a jornada, não se desespere!
Pare! Faça uma pausa na sua vida!...retome alguns caminhos, abra novos atalhos e aprenda a mais básica lição do treino da emoção: recomeçar tudo de novo, tantas vezes quantas forem necessárias”.
É esta capacidade de recomeçar tudo, tantas vezes quantas as necessárias, que nos robustece interiormente e faz de nós seres fortes, quase inabaláveis, que acreditamos nas nossas capacidades.
Não precisamos ter a ambição de mudar o mundo, mas tenhamos a ambição de mudar as nossas vidas, a nossa capacidade de pensar e sobretudo a de agir sobre a nossa vida, conforme Gandhi um dia referiu “Sê tu a mudança que queres ver no mundo”.
Mas afinal, quando é que temos uma vida feliz?
No momento em que sentirmos prazer em aprender algo novo, em nos envolvermos ativamente em algo que tenha verdadeiramente significado para nós, no momento em que sentirmos Amor e prazer em estarmos com os que nos são queridos. E é apenas isto.

"Quando um sonho é realmente importante para uma pessoa, essa pessoa encontra a forma de realizar, o que no início parecia impossível. " - Nido Qubein


(1) CUNHA, Adelino- Eu tenho o Poder. Pg 43
(2)DAMÁSIO, António- O Sentimento de Si. Publicações Europa América. Pg 56
(3) DAMÁSIO, António- O Sentimento de Si. Pg61
(4)CURY, Augusto- Treinando a emoção para ser Feliz. Paulinas. Pg 38
(5) SHAHAR;Tal Ben – Aprenda a ser feliz. Lua de Papel. Pg 55

Luísa Perdigão
Consultora e Life Coach I Have the Power®

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